CURIOSIDADES

Você sabia que ...

  • ... Syd Barret não chegou a abandonar a banda, na verdade ele foi abandonado pelos integrantes do grupo que não o levavam mais aos espetáculos devido a seu comportamento cada vez menos previsível em função do uso exagerado de drogas(LSD)?

  • ... o primeiro nome do grupo foi Sigma 6 e que não foi o único, já que teve outros nomes antes do definitivo, passando a chamar-se T-Set, The Megadeaths, Abdabs, este último ampliado a The Architectural Abdabs ou The Screaming Abdabs e inclusive, antes do definitivo, também se chamaram Pink Floyd Sound?

  • ... a princípio, Richard Wright tocava violão, e que o grupo contava com dois cantores, Keith Noble e Juliette Gale e que está última acabaria sendo a esposa de Rick Wright?

  • ... o nome definitivo de "Pink Floyd", foi fruto da imaginação de Syd Barret e nada mais é que a união dos nomes de dois músicos de blues de Georgia (Pink Anderson e Floyd Council)?

  • ... a primeira atuação do grupo com o nome Pink Floyd Sound foi no Countdown Clube de Londres, e que nela interpretaram versões de temas clássicos de Chuck Berry, The Kingsmen e Bo Diddley?

  • ... em 23 de dezembro de 1966 o grupo inaugurou o UFO Clube no primeiro show com o nome reduzido e definitivo "Pink Floyd" que lhe rendeu seu primeiro contrato com a EMI.

  • ... a pergunta "Oh by the way which one's Pink?" que faz parte da letra de "Have a cigar", do disco "Wish You Were Here", foi realmente feita aos componentes do grupo por um executivo da EMI.

  • ... a expressão "Riding the Gravy Train", ainda de "Have a cigar", é uma expressão inglesa que significa algo assim como "ganhar muito trabalhando pouco"?

  • ... o título do disco "Atom Heart Mother", refere-se a uma curiosa experiência médica real, relacionada com a intervenção de um coração artificial na recuperação de uma mulher grávida?

  • ... o disco "The Dark Side Of The Moon", o mais famoso da banda, manteve-se 740 semanas na lista americana "Billboard" e 301 semanas na britânica, e que vendeu, e continua, mais de 25 milhões de cópias.

  • ... o cientista inglês Stephen Hawnking colaborou no disco The Dividión Bell, especificamente na canção "Keep Talking"? É a voz robótica que se escuta ao princípio e durante a música.

  • ... que, Stephen Hawnking, durante uma visita ao Chile foi recepcionado com a música de Pink Floyd já que é um grande aficionado do grupo.

  • ... Roger Waters, Nick Mason E Rick Wright, conheceram-se em 1965 na escola de arquitetura de Rojen Street.

  • ... depois de uma turnê Americana cantaram no London Festival Hall e a banda que abre o espetaculo é ainda, a desconhecida Jethro Trull.

  • ... depois de uma turnê Americana iniciaram a gravação daquela que seria sua obra máxima. De início o título seria somente "Eclipse", seguindo sua linha espacial de títulos, e finalmente tornaria-se "The Dark side of de moon".

  • ... Michael Kamen, que fez arranjos orquestrais para alguns discos do Pink Floyd como "The Wall", "Division Bell" e substituiu Richard Wight como tecladista em "The Final Cut", dirigiu a orquestra que acompanha o Metallica no disco "S&M" (Simphony and Metallica)?

  • ... a frase ao final do "Dark Side of the Moon": "There in no Dark Side Of the moon really, in fact, it´s all dark!" foi dita por um porteiro dos estúdios Abbey Road quando ali chegaram para gravar.

  • ... na canção "Sheeps" de "Animals" se pode ouvir recitado o conhecido salmo religioso "O Senhor é meu pastor, nada me faltará...".

  • ... em princípio, Roger Waters tinha pensado levantar um muro real entre eles e o público em suas atuações da turnê de "The Wall".

  • ... em 6 de março de 1967 o grupo aparece a primeira vez na TV cantando uma de suas músicas mais longas, "Interstelar Overdrive".

  • ... no verão de 1966, David Gilmour toca nas praias de França com os The Flowers e Protagoniza uma tumultuosa briga com Gunther Sachs por causa da gostosona Brigitte Bardot.

  • ... no período de 88/89 o grupo arrecadou mais de 56 milhões de dólares colocando-se no topo dos grupos de rock que mas dinheiro ganhou.

  • ... quando o Pink Floyd ressurgiu no ano de 1987 com "A Momentary Lapse Of Reason", o genial e egocêntrico Roger Waters exigiu que retirassem o enorme balão em forma de porco usado por Gilmour e companhia. Não foi atendido e além disso implantaram genitais descomunais ao famoso balão.

  • ... ao ouvir, de trás pra frente, a música "Empty Spaces" de "The Wall" ouve-se uma mensagem secreta na voz de Roger Waters? Diz o seguinte: "Congratulations, You have just discovered the secret message. Please send your answer to *Old Pink*, Care of the funny farm, Chalfont... Roger, Caroline's on the phone." - Algo como - Parabéns, Você descobriu a mensagem secreta. Por favor envie sua resposta a *Old Pink *, aos cuidados da fazenda engraçada, Chalfont... Roger, Caroline ao telefone.

  • ... Bob Geldoff, vocalista em "The Wall", era do grupo "Boomtown Rats" que fez um grande sucesso chamado "I Dom'n Like Mondays", baseado numa notícia que comocionou a Inglaterra quando uma menina chegou a escola numa segunda-feira pela manhã e matou vários colegas de classe. Quando lhe perguntaram por que tinha feito aquilo, sua resposta foi: "I Dom'n Like Mondays" - Não gosto de segundas-feiras.

  • ... Bob Geldoff não gostava das músicas do grupo até que trabalhou no filme "The Wall" e que depois disto ficou muito marcado pelo papel e a relação com as letras de Waters.

  • ... uma revista fez uma votação para saber qual era a pior das canções de Pink Floyd e a mais votada foi "Seamus" do álbum "Meddle"?

  • ... em princípio se pensou nos Beach Boys para que fizessem a harmonia vocal em "Waiting For The Worms".

  • ... as vozes que se escutam ao fundo de "Learning To Fly" são o produto da gravação de uma conversa entre Nick Mason e seu instrutor de vôo.

  • ... Richard Wright é dono de uma pequena ilha na Grécia, lugar que escolheu pra viver e descansar.

  • ... depois de deixar a cidade de Cambridge, David Gilmour mudou-se para a França onde tocava num pequeno grupo de rock e que posava como modelo vivo para artistas plásticos.

  • ... David Gilmour além de revelar Kate Bush e de ajudá-la em seus começo no mundo musical, tocou para ela em várias músicas de seus primeiros álbuns.

  • ... David Gilmour é dono da primeira StratoCaster.

  • ... David Gilmour fez um contrato em 1994 com a companhia Volkswagen Alemã para promover o tour europeu da banda com o álbum "Division Bell". Prova disso é a edição limitada do modelo Golf da Volkswagen conhecido como "Golf Pink Floyd" (apenas mil unidades fabricadas). A VW também participou em outros tours como o de Bon Jovi em 1996.

  • ... o primeiro single do Pink Floyd foi "Arnold Layne" e que esta canção a unica que foi gravada oficialmente até o álbum "Relics", um compilação com os primeiros sucessos da banda.

  • ... Nick Mason além de um grande aficionado de automóveis e de competições de velocidade, possui uma coleção de umas 20 Ferraris, um valor calculado de 25 milhões de dólares.

  • ... os meninos que cantam em "Another Brick In The Wall - Part III" eram 23 estudantes de uma escola vizinha ao estúdio de gravação, e que cada um deles recebeu uma cópia do disco como pagamento por sua colaboração. Foi gravado 12 vezes para parecerem muitos mais.

  • ... a conversa ao final do tema "High Hopes" é entre Steve O'Rouke (manager) e Charlie, um dos filhos de David Gilmour e foi gravada por que Steve sempre quis participar em alguma gravação do Pink Floyd.

  • ... Storn Thorgerson, da companhia Hipgnosis, é o desenhista da maioria das capas dos álbuns do Pink Floyd.

  • ... Paul MaCartney, ainda como um Beatle, classificou o primeiro álbum do Pink Floyd "The Pipers At The Gates Of Dawn" como "O melhor".

  • ... o segundo sol citado no tema "Two Suns In The Sunset" - Dois sóis no ocaso, em realidade faz referência aos efeitos de uma bomba nuclear.

  • ... o lendário guitarrista Jeff Beck foi o primeiro a ser co-gitado para substituir Syd Barrett, mas por medo que recusasse, a banda nunca o convidou oficialmente para fazer parte do grupo.

  • ... segundo o livro Guinnes de 1995, "Postdamer Platz" (local onde Roger Waters fez um show em Berlim) foi o palco do maior espetáculo de rock jamais visto. Trabalharam 600 pessoas em sua produção, contava com um camarote de 168 x 25 metros e a platéia era formada por mais de 250.000 pessoas.

  • ... segundo o mesmo livro, o álbum "The Dark Side Of The Moon" foi o álbum que mas tempo permaneceu nas paradas de sucesso, quase 14 anos seguidos.

  • ... David Gilmour é um bom piloto e apaixonado da aeronáutica e que possui uma coleção de aviões clássicos.

  • ... o último reflexo que se vê no espelho do álbum "UmmagummA é a capa do álbum "A Sacerful Of Secrets.

  • ... o porco utilizado para a capa do disco "Animals" foi fortemente amarrado para que não voasse, e contrataram um atirador caso se soltasse. E ocorreu o esperado, soltou-se e o atirador falhou em sua tentativa e aviões que passavam pela zona detectaram em seus radares e avisaram à torre de controle que viam um objeto voador não identificado que não sabiam de onde vinha. Depois de baixá-lo, tiveram que pagar uma pesada multa ao governo britânico pelo ocorrido.

  • ... o grupo gravou ao mesmo tempo que os Beatles no famoso Abbey Road Studios. Dizem que Paul e Lennon ficaram fãs do grupo desde aí.

  • ... o Pink Floyd gravou um tema para um programa da BBC com motivo da chegada do homem à Lua (julho de 1969).

  • ... no disco "A Momentary Lapse Of Reason", o baixo é tocado por Tony Levin. Este excelente baixista tocou na banda de John Lennon e se consagrou no "King Crimson", banda em que toca até hoje.

  • ... quando no filme "The Wall" o professor lê um poema, na realidade são duas estrofes da canção " "Money" de "The Dark Side of The Moon".

  • ... Matt Groening utilizou nos Simpsoms algumas cenas de "The Wall". Por exemplo, uma picadora de carne que mata os alunos.

  • ... Syd Barrett e Roger Waters viviam a uma quadra de distância quando eram meninos, e a mãe de Syd foi a professora de Waters.

  • ... em janeiro de 1968, foi a primeira aparição de David Gilmour com o grupo, já que Syd Barret não pode tocar em Brighton. David não era membro oficial do grupo até então.

  • ... no 1 de abril de 1976, a casa de David Gilmour foi roubada. Entre as coisas que lhe roubaram, haviam guitarras avaliadas em mais de €210.000.

  • ... o primeiro concerto promocional de "The Wall", em 7 de fevereiro de 1980, foi atrasado devido a fogos artificiais utilizados para o show acabaram por atear fogo a algumas cortinas do palco.

  • ... a pessoa que descubriu a mensagem do tema "Empty Spaces", foi um Dj de uma rádio de Nova York em março de 1980.

  • ... a pessoa que fez o solo de guitarra em "The Pros and Cons of Hitchhiking" foi nada mais, nada menos que o grande Eric Clapton.

  • ... em 26 de novembro de 1988, uma cópia de "Delicate Sound Of Thunder", viajou ao espaço com os cosmonautas russos do Soyuz 7..

  • ... em 1992, a Atlantic Records chegou oferecer à família de Syd 75.000 libras por uma nova gravação, mas a família recusou.

  • ... em dezembro de 1995, o grupo entrou para o "Hall da Fama" do Rock And Roll.

  • ... David Gilmour, em "Run Like Hell", utiliza um duplo delay, além de um pedal que grava os ecos do primeiro delay, criando uma atmosfera de três guitarras sem a saturação do feedback.

  • ... Bob Geldof disse que o Pink Floyd era uma merda quando seu empresário comentava sobre o seu papel no filme "The Wall". Tudo isto se passou num taxi dirigido pelo irmão de Roger Waters que comentou o fato com o próprio Geldof quando este foi contratado.

  • ... em "One Of These Days", primeiro tema do genial "Meddle", o baixo era tocado por David Gilmour.

  • ... o álbum "The Wall" vendeu 340.000 cópias na Grã-Bretanha em apenas 5 dias.

  • ... no espetacular concerto da banda na Cidade do México ocorreu algo muito estranho durante o concerto; enquanto uns se deleitavam escutando e observando o espetaculo, outros milhares não deixaram de olhar o céu assegurando que um OVINI voava em cima de suas cabeças. (possivelmente Pink Floyd tem fãs em outras galáxias).

  • ... o disco "The Dark Side Of The Moon" está catalogado como um dos mais vendidos em toda a história? Segundo estatísticas um de cada cinco lares em Londres tem esse disco.

  • ... na música de Paul Mcartney "No more lonely nights", o solo de guitarra é feito por David Gilmou.

  • ... Pink Floyd teve 4 discos números 1 consecutivamente na Inglaterra e USA, "Dark side of the moon", "Wish you were here", "Animals" e "The Wall", algo nunca antes alcançado.


  •  outras mais:

  • Quais foram as formações dos Pink Floyd?

  • Roger Waters, Rick Wright, Nick Mason, Syd Barrett, Bob Close

    Roger Waters, Rick Wright, Nick Mason, Syd Barrett

    Roger Waters, Rick Wright, Nick Mason, Dave Gilmour, Syd Barrett

    Roger Waters, Rick Wright, Nick Mason, Dave Gilmour

    Roger Waters, Nick Mason, Dave Gilmour

    Nick Mason, Dave Gilmour

    Nick Mason, Dave Gilmour, Rick Wright


  • Principais lançamentos especiais ou comemorativos

    A Nice Pair (1973, na realidade apenas os dois primeiros discos em um único álbum duplo)

    A Collection of Great Dance Songs (1981, coletânea)

    Shine On (1992, caixa especial com 9 cds)

    Lançamentos solos dos componentes da banda

    Syd Barrett: The Madcap Laughs (1970), Barrett (1970), Syd Barred (1974), The Peel Sessions (EP 1988), Octopus (coletânea 1992), Crazy Diamond (Box Set 1993)

    Roger Waters: Music from The Body (1970), Pros and Cons of Hitchhiking (1984), When The Wind Blows (trilha sonora, 1986), Radio Kaos (1987), The Wall Live Berlin (1990), Amused to Death (1992)

    David Gilmour: David Gilmour (1978), About Face (1984)

    Richard Wright: Wet Dream (1978), Broken China (1997)

    Nick Mason: Ficticious Sports (1981), Profiles (1985)

              Após sucessões de trabalhos bem advindos, a banda Pink Floyd se vê em introspecção       para a produção do próximo álbum que viria com características totalmente novas: Meddle. Focados no novo projeto e uma agenda nada colaborativa para novas produções, a gravadora EMI resolve então lançar a compilação mais aclamada de todos os tempos: Relics - "A bizarre collection of antique and curios".

             

Era evidente que este presente seria sucesso junto aos fãs que ansiavam por novos trabalhos da banda de rock progressivo. No entanto, o que o tornou ainda mais atraente - e raro - foi seu rápido desaparecimento comercial, devido um incidente da gravadora EMI Austrália que lançou o disco sem autorização do grupo.

Destrinchando Relics

 

Arnold Layne - O travesti que colecionava roupas

O single de '67 só poderia sair da cabeça de Syd Barrett. A música retrata a história de um travesti que colecionava roupas femininas. Apesar de hoje representar uma das mais celebres músicas já compostas pelo grupo, na época foi alvo de diversas críticas, a considerar fora do normal este tipo de letra e canção. O que eles não sabiam, era que esta era exatamente a intenção de Barrett. Em 2006 a música é relançada por David Gilmour em seu projeto solo, e que contou com a participação inusitada de David Bowie.


Interstellar Overdrive - Instrumental de experimentações

Diretamente do primeiro disco lançado da banda, "The Piper at the Gates of down". A partir deste instrumental a banda teve o incentivo às suas experimentações metamórficas musicais, bem como "Atronomy Domine". Essa mistura, no entanto, foi milimetricamente calculada. A banda se inspirou em diversos músicos e suas técnicas inovadoras como Keith Rowe e Zappa. Basicamente a música trabalha um riff descendente de guitarra, que incorpora demais instrumentos a partir da improvisação.


See Emily Play - Um sonho na floresta

O Segundo single mais famoso da banda Pink Floyd, "See Emily Play" e o lado B do single "Scarecrow", somente fez parte de compilações como "Relics" e em relançamentos como no aniversário de 40 anos do "The Piper". Emily nasceu de um sonho causado por ácido lisérgico utilizado por Barrett, mas há quem diga que Emily foi de "carne e osso". Segundo a revista Mojo, Emily era conhecida do guitarrista e fumavam juntos. Emily alega à revista Mojo que não acredita servir-se de inspiração, mas que sim, ficou encantada com a canção. Pouco se sabe sobre a gravação de "See Emily Play" Já que parte dos documentos foram perdidos, inclusive as faixas originais de gravação.


Paintbox - Wright apaixonado

A música "Paintbox" está no lado B do single "Apples and Oranges" (Barrett). A canção composta pelo tecladista da banda entra no permeável bloco de canções românticas da banda. Musicalmente falando esta composição ganha destaque em trabalhar escalas em Mi menor com nona alternando repetidamente com acorde em Dó maior - característica que se torna notável e indispensável em trabalhos futuros -, além dos destaques à bateria de Mason e acordes de Wright, que na época foi penalizado pelos efeitos estéreos.


Julia Dream - Contos e Canções

Waters compos a canção do lado B do Single "It Would be so Nice", que marca uma diferenciação entre as demais do grupo. Composta de ritmo lento e suave, a letra define uma contemplação a Julia, que parece fazer parte de um conto nórdico, característica do trabalho de algumas bandas como King Crimson e Genesis, mas um assunto pouco abordado na banda. Outra que segue o mesmo trilho é a próxima faixa "Careful with That Axe, Eugene".



Biding my time - A levada mais rara de blues

Das mais raras produções inseridas nesta compilação, "Biding my Time" foi aquela "escolhida a dedo" para que fosse incluída. Uma música inédita de Waters que antes do lançamento de "Relics", somente os fãs presentes nos shows da banda tiveram a oportunidade conhecer. A música conta com uma introdução melancólica e uma batida de blues, digna à letra tão deprimida quanto, sobre um casal que prefere se abster das tristezas dos dias ruins e aconchegarem-se em um fogo brando. Essa mesma música é encontrada também no projeto "The man & the journey" de 1969 com o título "Afternoon".


  • O que é o som quadrofônico anunciado em algumas gravações dos Pink Floyd?

    O sistema quadrofônico é um método de gravação e reprodução de som que usa quatro canais independentes ao invés de apenas um (sistema mono) ou dois (sistema estéreo). O sistema quadrofônico permite a reprodução de som realmente em três dimensões, não apenas com a percepção de lateralidade do estéreo mas também com percepção de profundidade. Os Pink Floyd usou a gravação quadrofônica em três álbuns apenas: Atom Heart Mother, Dark Side of the Moon e Wish You Were Here.

    Embora os discos possam ser tocados normalmente em um equipamento estéreo, para que se tenham o efeitos quadrofônicos especiais da gravação é necessário um equipamento especial, com dois amplificadores e quatro caixas de som independentes. Estes equipamentos não são mais fabricados assim como não são mais feitas gravações no sistema quadrofônico. As gravações em CD não podem ser quadrofônicas, apenas algumas versões originais em vinil dos discos acima possuem este efeito.

    Não confunda o sistema quadrofônico com o sistema surround. No surround, apesar das quatro caixas, os canais de som são apenas dois.

    Porque Syd Barrett Deixou a banda?

    Syd Barrett foi fundador e o principal responsável pela definição do som dos Pink Floyd. Talvez em virtude do excesso de drogas ou mesmo por algum tipo de predisposição Syd Barrett ficou louco e teve de ser dispensado da banda visto que não conseguia mais compor nem tocar. Mais tarde chegou a gravar alguns discos solo. Hoje vive isolado, morando apenas com a mãe e raramente é visto. Os direitos autorais decorrentes de seus discos com os Pink Floyd lhe permitem uma vida muito confortável. Gasta seu tempo se dedicando a pintura e a uma coleção de moedas.

    Durante as gravações do disco Wish You Were Here (ironicamente um disco dedicado a ele) Syd Barrett apareceu no estúdio, gordo, maltrapilho e com a cabeça raspada. Ficou assistindo as gravações e só foi reconhecido pelos companheiros de banda horas depois.

    Porque Richard Wright deixou a banda?

    Seja por simples diferenças musicais ou por dependência de cocaína (existem as duas versões) segundo Waters, Wright não se aplicava mais nas gravações e composições e foi posto de lado. A partir de The Wall Wright já não participava da banda e era pago apenas como um músico contratado. Ironicamente graças a isso ele foi o único a lucrar algo durante a turnê, visto que os concertos custavam mais do que o arrecadado (principalmente em virtude do imenso muro que tinha que ser construido a cada show para ser demolido no final).

    Richard Wricht participou ainda como músico de estúdio do disco Momentary Lapse of Reason e da turnê de Dark Side Of The Moon.

    Mais tarde foi novamente incorporado ao Pink Floyd.

    O balão em forma de porco da capa de Animals realmente existiu?

    Sim. A capa de Animals trata-se de uma foto na realidade (ou uma montagem de duas fotos) e não de uma simples gravura. Durante as fotos o balão que devia estar amarrado por um cabo de aço se soltou e subiu a quilômetros de altura passando várias horas no ar. O vôo do porco foi bastante filmado e usado no vídeo de Pigs.

    Mais tarde um balão semelhante era usado durante os concertos da banda, ficando suspenso sobre a platéia. Devido a uma mudança brusca nas condições climáticas, uma vez o porco baixou muito e foi pego pelo rabo pela platéia enlouquecida. O rabo soltou, foi despedaçado e levado em pequenos pedaços como recordação do show pelos milhares de fãs presentes. Na turnê de Dark Side Of The Moon, um balão em forma de pirâmide também era suspenso sobre a platéia e teve destino semelhante (desta vez o balão inteiro).

    Qual o conceito e a origem dos nomes dos discos?

    Uma das marcas do chamado rock progressivo trata-se da profundidade das letras. Mais do que simples trabalhos musicais no rock progressivo era importante que o conteúdo fosse interessante. Em um álbum conceitual todas as letras abordam um mesmo assunto (um mesmo conceito). Costuma-se dizer que o primeiro álbum conceitual lançado foi Sgt Peppers dos Beatles, pois as músicas possuiam ligações entre si.

    The Piper at The Gates of Dawn:

    O título vem do sétimo capítulo do livro "The Wind in the Willos" de Kenneth Grahame. Este livro era um dos favoritos de Syd Barret.

    Ummagumma:

    Ummagumma é uma gíria para sexo, assim como rock and roll. Logo Ummagumma quer dizer apenas rock and roll.

    Meddle:

    O nome trata-se de um trocadilho com Meddal (medalha).

    Dark Side Of The Moon:

    Trata-se de um dos mais bem explorados temas. Todas as músicas versam sobre os males que afligem o homem moderno. O tempo escravizador (Time), o dinheiro (Money), solidão (Us and Then), entre outros.

    Wish You Were Here:

    O tema principal do disco é a ausência. Provavelmente trata sobre a ausência de Syd Barret, fundador da banda, que enlouqueceu e passou a se isolar do resto da banda e das pessoas.

    Animals:

    O fio condutor de todo o disco é uma versão da peça "A Revolução dos Bichos". O tema trata sobre os conflitos de classes e as desigualdades sociais. Os cachorros (Dogs), porcos (Pigs) e ovelhas (Sheeps) representam os capitalistas selvagens, os burocratas capitalistas e o povo dominado.

    The Wall:

    O tema do disco (e do filme) é solidão e isolamento. O muro é uma alegoria ao muro que as pessoas constroem em torno de si para preservar sua individualidade. A escola, a família e o governo são apontados como os responsáveis pela exarcebação do individualismo e do medo de se relacionar abertamente com as outras pessoas.

    The Final Cut:

    Todo o disco trata sobre os prejuízos da guerra e sobre o desperdício de vidas humanas feito pelos governantes. Visto que o pai de Roger Waters morreu em combate fica óbvio que este disco é bastante autobiográfico. Neste ponto da carreira do Pink Floyd Roger Waters havia tomado para si as rédeas da banda e este é praticamente um trabalho solo de Waters mais do que um disco da banda.

    The Division Bell:

    Falta de comunicação é o tema do álbum. O Division Bell (sino da divisão) trata-se de um instrumento presente na sede dos parlamentos ingleses que é tocado quando ocorre uma divisão de opiniões entre os parlamentares. Ou seja, é usado quando está ocorrendo falta de comunicação entre os presentes e indica o momento em que deve haver uma votação.

    Quais os significados e origem dos nomes de algumas músicas?

    Pow R. Toc H.:

    Há controvérsias. Algumas das interpretações são "Power Toke", "Power Tokage", "Power Touch" e "Power Torch". Toc H é também uma espécie de seita, uma irmandade cristã que se espalha por todo o mundo e busca através do estudo a compreensão do significado da vida. Alguns dizem que a música teria alguma relação com isto.

    Chapter 24:

    A letra da música é uma adaptação livre do capítulo 24 do livro do I Ching.

    Be Careful With that Axe Eugene:

    O significado desta música é uma das mais frequentes perguntas. Quem é Eugene e porque ele deve tomar cuidado com o machado? Uma das respostas mais interessantes dizia que a música se referia a Jerry Garcia, lendário guitarrista do grupo Grateful Dead que havia perdido um dedo de sua mão direita em um acidente com um machado manuseado pelo seu irmão chamado Eugene. Mais tarde foi esclarecido que a perda do dedo de Garcia realmente fora devido a um machado mas que o nome de seu irmão não era Eugene e a música não tinha nenhuma relação com o fato. A música foi lançada como lado B do single "Point me at the Sky". Ambas as músicas tem relação entre si e talvez sejam baseadas em um livro infantil inglês chamado "Eugene and His Flying Machine".

    When The Tigers Broke Free:

    A música fala sobre a tomada de uma cidade italiana pelas forças britânicas durante a Segunda Guerra Mundial. O pai de Roger Waters morreu durante esta invasão. Esta música só consta do filme The Wall e não do disco.

    O que dizem as vozes ao fundo de algumas músicas?

    A seguir estão as transcrições (em alguns casos apenas aproximadas) do que dizem algumas das vozes ao fundo de diversas músicas.

    Astronomy Domine:

    São citados ao fundo nomes de uma série de corpos celestes. A voz distorcida aparentemente pertence a Peter Jenner, empresário da banda. No início da música é possível ouvir "Scorpio Libra Pluto Capricorn ... ten seconds to ignition ... all systems satisfied..." Ao final da música é possível ainda ouvir ao fundo a frase "...just completed orbital..."

    Fearless:

    A gritaria trata-se de uma torcida de futebol do time de liverpool. A torcida grita "You'll Never Walk Alone". Após o lançamento o time adotou a música como hino e o título foi mesmo colocado no portão de entrada do clube.

    Seamus:

    "Here is the real dog".

    One of These Days:

    A voz no meio da música trata-se de Nick Mason dizendo "One of these days I'm gonna cut you into little pieces."

    Sheep:

    "The lord is my sheperd, i shall not want
    He makes me down to lie
    Through pastures green he leadeth me the silent waters by.
    With bright knives he releaseth my soul.
    He maketh me to hang on hooks in high places.
    He converteth me to lamb cutlets.
    For lo, he hath great power, and great hunger.
    When cometh the day we lowly ones,
    Through quiet reflection, and great dedication,
    Master the art of karate.
    Lo, we shall rise up,
    And then we'll make the buggers eyes water."

    Wish You Were Here:

    Você pode ouvir um rádio sendo sintonizado. O pequeno trecho clássico que toca trata-se da Quarta Sinfonia de Tchaikovsky. A voz do locutor diz "and you, Derek, this star nonsense, what do you think of it?"

    Dark Side Of The Moon:

    As vozes são de dezenas de pessoas comuns que foram recrutadas pela equipe de gravação do disco e foram gravadas respondendo perguntas comuns e conversando descontraidamente como se não soubessem que estavam sendo gravadas.

    Speak To Me:

    "I've been mad for fucking years, absolutely years, been over the edge for yonks, been working me buns off for bands..."

    "I've always been mad, I know I've been mad, like the most of us...very hard to explain why you're mad, even if you're not mad..."

    On The Run:

    Uma mulher como anunciando vôos em um aeroporto diz "Live for today, gone tomorrow, that's me!"

    Great Gig in The Sky:

    Uma voz de mulher diz "I never said I was frightened of dying."

    Us and Then:

    "I haven't had a good thump in years, absolutely years"

    "I don't know! I was really drunk at the time".

    Brain Damage:

    "I can't think of anything to say except, ahahahahaha! I think it's marvellous!"

    Eclipse:

    "there is no dark side of the moon, really...as a matter of fact it's all dark."

    In The Flesh?:

    Ao final da música Roger grita "Bass! Roll on the sound effects! Action! Turn it, turn it all off! Turn it all oooofffff!"

    Happiest Days of Our Lives:

    "You! Yes, you! Stand still laddy!"

    Another Brick in the Wall part 2:

    "Wrong, do it again!"

    "If you don't eat yer meat, you can't have any pudding.

    "How can you have any pudding if you don't eat yer meat?"

    "You! Yes, you behind the bikesheds, stand still laddy!"

    Goodbye Blue Sky:

    "Look mummy, there's an aeroplane up in the sky"

    "The 11:15 from Newcastle is now approaching"

    Young Lust:

    "Hello..?"

    "Yes, a call for Mrs Floyd for Mr Floyd. Will you accept the charges from the United States?"

    "Oh, He hung up! That's your residence, right? I wonder why he hung up? Is there supposed to be someone else there besides your wife there to answer?"

    "Hello?"

    "This is united states calling, are we reaching..."

    "See he keeps hanging up, and it's a man answering."

    One Of My Turns:

    "Oh my God! What a fabulous room! Are all these your guitars?"

    "This place is bigger than our apartment!"

    "Can I get a drink of water?"

    "You want some, huh?"

    "Oh wow, look at this tub? Do you wanna take bath?"

    "What are watching?"

    "Hello?"

    "Are you feeling okay?..."

    Hey You / Is There Anybody Out There?:

    "Well, only got an hour of daylight left. Better get started"

    "Isnt it unsafe to travel at night?"

    "It'll be a lot less safe to stay here. You're father's gunna pick up our trail before long"

    "Yeah right! ... Magaret, time to go! Maigret, thank you for everything"

    "Goodbye Chenga"

    "Goodbye miss ..."

    "I'll be back"

    Nobody Home:

    "Alright, I'll take care of them part of the time, but there's somebody else that needs taking care of in Washington"

    "Who's that?"

    "Rose Pilchitt!"

    "Rose Pilchitt? Who's that?"

    "Shut Up!"

    "36-24-36 does that answer your question?"

    "I've got a little black book with me poems in!"

    "Who's she?"

    "She was in the 5th armoured division."

    "Surprise, surprise, surprise..."

    "Where the hell are you?"

    "Over 47 german planes were destroyed with the loss of only 15 of our own aircraft"

    "Where the hell are you Simon?"

    In the Flesh:

    "Lights! Roll the sound effects! Action!"

    "Drop it! Drop it on 'em! Drop it on them!"

    Run Like Hell:

    "Pink Floyd, Pink Floyd"

    "Hammer, Hammer"

    "Hey, open up!"

    Waiting for the Worms:

    "We're... and going to convene outside Brixton Town Hall where we're going to be..."

    "The Worms will convene outside Brixton Bus Station. We'll be moving along at about 12 o'clock down Stockwell Road... twelve minutes to three we'll be moving along Lambeth Road towards Vauxhall Bridge. Now when we get to the other side of Vauxhall Bridge we're in Westminster area. It's quite possible we may encounter some... by the way we go."

    The Trial:

    "Go on Judge! Shit on him!"

    The Post War Dream:

    "...announced plans to build a nuclear fallout shelter at Peterborough in Cambridgeshire..."

    "...three high court judges have cleared the way..."

    "...It was announced today, that the replacement for the Atlantic Conveyor the container ship lost in the Falklands conflict would be built in Japan, a spokesman for..."

    "...moving in. They say the third world countries, like Bolivia, which produce the drug are suffering from rising violence..."

    Your Possible pasts:

    "Ranks! Fire!"

    The Gunner Dream:

    "A real one ..."

    Paranoid Eyes:

    "I'll tell you what, I'll give you three blacks, and play you for five..."

    "Ta! You was unlucky there son"

    "Time gentleman!"

    Get Your Filthy Hands Off My Desert:

    "Get your filthy hands off my desert!"

    "What did he say?"

    The Fletcher Memorial Home:

    "Hello Maggie!"

    "Who's the bald chap?"

    "Goodbye!"

    The Final Cut:

    "Hello? Listen, I think I've got it. Okay, listen!"

    Not Now John:

    Pode-se ouvir ao fundo algumas vozes em italiano.

    Two Suns In The Sunset:

    "Oh no!"

    "Daddy, Daddy!"

    "...and now the weather. Tomorrow will be cloudy with scattered showers spreading from the east ... with an expected high of 4000 degrees celsius..."

    Learning to Fly:

    Aparentemente a conversa ao fundo é real, entre um piloto iniciante em seu primeiro vôo solo e uma torre de controle aéreo. Visto Nick Mason ter realmente aprendido a voar e tirado um brevê alguns meses antes das gravações, provavelmente é dele a voz do piloto.

    "Set the mixtures rich!"

    "Propellers forward!"

    "Flaps set 10 degrees!"

    "Check!"

    "Altimeter!"

    "Strobes on!"

    "Confirm your ID when you are ready for departure!"

    "I want to hear this and I want to know how strong the wind is"

    "...for take off, winds blowing at 10 knots!"

    High Ropes:

    "Hello? - Yeah! - Is that Charlie? - Yes. - Hello Charlie! Great!"

    Keep Talking:

    A voz metálica trata-se da voz sintetizada do físico Stephen Hawking. Hawking é uma das maiores autoridades em física moderna e em virtude de uma paralisia praticamente completa de seu corpo não pode falar, sendo obrigado a se comunicar através de uma voz sintetizada por computador. A paralisia é gerada por uma doença degenerativa incurável que afeta o sistema nervoso chamada síndrome de Lou Gehrig's.

    Outros sons estranhos presentes em algumas músicas.

    Ao final de Eclipse, em algumas versões da gravação, aumentando ao máximo o volume no final da música é possível ouvir uma melodia ao fundo. Uma hipótese absurda muito divulgada dizia tratar-se dos Beatles que estariam gravando no mesmo estúdio que os Pink Floyd em uma sala ao lado e teriam sido gravados sem que ninguém percebesse. A verdade é que aparentemente ninguém sabe de que música se trata e nem o motivo de ter sido deixada lá...

    Em One Of These Days o teclado toca ao fundo o tema do seriado Dr Who.

    Ao final de Wish You Were Here há um violino gravado em volume muito baixo, dificilmente pode ser percebido. O som de tosse na mesma música é de Roger Water e foi deixado lá de propósito.

    No início de Empty Spaces você pode ouvir um som estranho ao fundo. Trata-se de uma mensagem gravada ao inverso. Quando tocada ao contrário surge a seguinte frase recitada por Roger Waters: "Congratulations. You have just discovered the secret message. Please send your answer to Old Pink, care of the Funny Farm, Chalfont". Logo após uma voz feminina interrompe "Roger, Carolyn's on the phone!" Para ouvir esta mensagem já devidamente invertida e filtrada visite a página de Arquivos de Som.

    O som estranho em Cluster One tratam-se do som da acomodação de camadas de terra que geram os terremotos.

    Curiosidades e significados das capas de alguns discos.

    Ummagumma:

    O último reflexo no espelho da capa é a capa do disco A Saucerful of Secrets.

    Wish You Were Here:

    Como já foi dito anteriormente o tema deste álbum é a ausência. A foto da capa, com o homem queimando, representa uma pessoa sendo consumida e deixando de existir. A foto da contracapa é a foto de uma pessoa que não existe mais (note que existe a penas a roupa, a pessoa não tem rosto, não tem mãos e não tem pés). Na foto do encarte, a pessoa que mergulha na água não faz a água respingar, logo não existe. Todas as fotos remetem a uma "falsa presença".

    The Final Cut:

    As pequenas faixas de tecido colorido tratam-se de condecorações de guerra. As distinções são quatro. A maior, branca com listras roxas inclinadas é ganha por atos de coragem e valor em combatentes aéreos. A dourada (com listras preta, vermelha e azul) bem como a verde (com listras preta e vermelha) são ganhas por tempo de serviço. A outra dourada (com listras vermelha, azul e preta) é ganha por serviços prestados na África. São todas medalhas da Segunda Guerra Mundial.

    Delicate Sound Of Thunder:

    A capa simboliza o encontro entre a luz e o som, os dois componentes da magia dos Pink Floyd.

    The Divison Bell:

    As duas faces da capa formam uma face única.

    A construção que aparece na capa é a catedral de Ely, em Cambridgeshire, Inglaterra. O observatório que aparece no encarte ficam em Cerro Tololo, no Chile. A praia que aparece no encarte fica na Inglaterra e se chama Durdle Door.

    As linguagens do números no encarte são 2. Binário (os 3 circulos, aberto, fechado e aberto) 3. Espanhol 5. Inglês 7. Hindu 8. Italiano 11. Alemão 13. Japonês 15. Swahili 17. Chinês / Japonês 19. Francês 21. Hebreu 22. Cirílico.

    O Enigma de Publius

    O Enigma trata-se de um provável quebra-cabeças que teria sido montado pelos Pink Floyd nos últimos discos, havendo um possível prêmio para aquele que o descobrir. O Enigma mobiliza milhares de pessoas em todo o mundo.

    O início de tudo foi a seguinte mensagem postada no newsgroup (um grupo de discussão) dos fãs dos Pink Floyd na Internet.

    My friends, You have heard the message Pink Floyd has delivered but have you listened? Perhaps I can be your guide, but I will not solve the enigma for you. All of you must open your minds and communicate with each other, as this is the only way the answers can be revealed. I may help you, but only if obstacles arise. Listen. Read. Think. Communicate. If I don't promise you the answers would you go. -Publius

    Segue a tradução:

    Meus amigos, vocês ouviram a mensagem dos Pink Floyd, mas vocês a compreenderam? Eu posso ser seu guia, mas não vou resolver o Enigma para vocês. Todos vocês devem abrir suas mentes e comunicar-se com os outros, pois esta é a última maneira de revelar as respostas. Eu poderei ajudá-los mas apenas se surgirem obstáculos. Ouçam. Leiam. Pensem. Comuniquem-se. Se eu não prometer a vocês as respostas vocês irão. - Publius

    Publius, codinome da pessoa que enviou esta (e depois muitas outras) mensagem, não pode ser descoberto, pois usa um acesso anônimo para postar as mensagens. A princípio a mensagem não gerou grande repercussão, mas aos poucos foram surgindo fatos que provavam haver um componente da banda ou ao menos um componente da equipe que auxilia a banda por trás do enigmático Publius.

    Em uma das mensagens seguinte Publius informou que iria provar que era real no dia 18 de julho de 1995. Neste dia, em um concerto dos Pink Floyd transmitido pelo sistema Pay Per View, em um imenso painel de luzes colocado à frente do palco surgiram as palavras "Enigma Publius". A partir daí o Enigma deixou de ser apenas assunto de alguns internautas fãs da banda e ganhou as páginas das maiores revistas e jornais de música do mundo.

    Mais tarde as palavras Enigma e Publius surgiram em reedições dos álbuns da banda, confirmando que Publius realmente é alguem que possui acesso praticamente restrito ao material da banda. Os Pink Floyd nega, porém, qualquer envolvimento e diz que tudo é apenas coincidência.

    Sendo o tema do penultimo álbum da banda a comunicação é natural que os Pink Floyd tenha resolvido envolver a internet nesta busca ao tesouro. Além do desafio inerente ao Enigma diz-se haver um prêmio secreto para quem descobrir a chave do problema. Um dos fatos mais curiosos gerados pela brincadeira foi uma gigantesca escavação movida por milhares de fãs da banda nas redondezas da usina mostrada na capa de The Division Bell.


  • Muito se falava no tão aguardado novo álbum dos Pink Floyd. A expectativa era imensa, pois se tratava de um álbum lançado para preencher uma espera de duas décadas. Apesar do aviso de que The Endless River seria, digamos, os restos mortais de Division Bell, os fãs ainda se mantiveram esperançosos no tocante a qualidade do disco. Novembro se iniciou e o álbum saiu. Os downloads começaram imediatamente e as opiniões foram extremadas. Alguns gostaram, outros deliraram, mas muitos odiaram.

    Quando ouvi o álbum sem pular nenhuma faixa, me veio a sensação dicotômica de apreço e decepção. A meu ver (e ouvir), The Endless poderia oferecer muito mais. Com a tentativa de impor um álbum praticamente instrumental (excetuando a faixa "Louder Than Words"), The Endless River mostrou-se com um enorme vazio que não conseguiu ser preenchido nem pelos solos de David Gilmour. Sem a voz de Gilmour e sem letras, o disco se perdeu no meio do nada.

    Em outras palavras, The Endless River em muito se parece com aqueles discos do tipo "duas horas de música para meditação". No entanto, o álbum em nada interfere na brilhante discografia dos Pink Floyd. Há rumores de que David Gilmour já está trabalhando em álbum solo. Para nós, fãs dos Pink Floyd, ainda resta a expectativa de ouvir um novo álbum de Gilmour, talvez o último da carreira do guitarrista.

    Como ele próprio já afirmou, The Endless River marca "o fim dos Pink Floyd". Foi uma despedida um tanto triste, porque o álbum decepcionou, mas valeu muito mais por ser uma espécie de homenagem a um gênio chamado Richard Wright. Falando ainda sobre a duvidosa qualidade de The Endless River, Roger Waters deve estar com um sorriso de orelha a orelha (ou não).

Curiosidades em Portugal


Pink Floyd se apresentou em Lisboa em 22/23 de Julho de 1994. Foi o primeiro concerto da banda em Portugal e teve um público de mais de 120 mil pessoas nos dois dias. O registro diz respeito a segunda noite do Division Bell Tour 1994 no antigo Estádio José Alvalade. Comentários de pessoas que estiveram presentes afirmam que até hoje é considerado o melhor show que Portugal já presenciou.


Pink Floyd
Estadio Jose Alvalade,
Lisbon, Portugal - 23.07.1994

set liste


"Lisbon 2nd Night"


CD 1:
01. Shine On You Crazy Diamond
02. Learning To Fly
03. What Do You Want From Me?
04. On The Turning Away
05. Poles Apart
06. Take It Back
07. Sorrow
08. Keep Talking
09. One Of These Days
10. Astronomy Domine

CD 2:
01. Breathe
02. Time
03. Breathe (reprise)
04. High Hopes
05. The Great Gig In The Sky
06. Wish You Were Here
07. Us And Them
08. Money
09. Another Brick In The Wall
10. Comfortably Numb
11. Hey You
12. Run Like Hell


Pelo mundo em 1994

(PULSE Disc 3)

Um ótimo registro. Coletânea de músicas que não constavam no álbum oficial da turnê. Destaque, com certeza, para Lost For Words, Poles Apart, On The Turning Away e... Marooned! 

Composições de rara beleza, resultaram em magníficas versões ao vivo. Entretanto, temos uma pequena versão de The Great Gig in The Sky, com 33 segundos e apenas alguns acordes de pianos, e Run Like Hell, executada pela metade, encerradas por causa da chuva e em conseqüência de queda de energia.

Detalhe por conta de David Gilmour anunciando encerrar o show sob vaias e pedindo desculpas. Com certeza uma grande pérola para todos, especialmente aos fãs do Pink Floyd. Boa audição!


Pink Floyd 
Pulse CD 3 (1994)

Tracks:
Soundscape (28 abril, Dallas)
Take It Back (30 março, Miami)
Lost For Words (30 março, Miami)
One Of These Days (17 setembro, Modena, Italy)
Poles Apart (2 junho, Philadelphia)
On The Turning Away (14 abril, San Diego)
The Great Gig In The Sky (5 abril, Houston)
One Slip (22 abril, Oakland)
Marooned (30 agosto, Oslo, Norway)
Run Like Hell (5 abril, Houston)





ROGER WATERS realizou um concerto no Rock in Rio Lisboa a 2 Junho 2006 perante 50.000 pessoas

Mais recentemente este no Pavilhão Atlantico a 21 e 22 Março de 2011 para a tornee The Wall , aí memorias:


Foi grande e transversal, em termos geracionais, a romaria para assistir, ontem à noite, à primeira visita de Roger Waters a Portugal desde a atuação no Rock In Rio Lisboa, em 2006. Na altura, o músico sexagenário trazia consigo a digressão The Dark Side of the Moon (1973); desta feita, o chamariz foi The Wall, lançado seis anos mais tarde e um dos álbuns rock mais populares de sempre em Portugal, o que explica as duas casas cheias (o enorme Atlântico, em Lisboa, volta a receber Waters na terça-feira, 22 de março). O espetáculo erigido em torno do duplo The Wall, sabem-nos os fãs mais dedicados e os ouvintes ocasionais, é grandioso: ao fim da primeira música há um avião - réplica de um Stuka, bombardeiro alemão da II Guerra - que sobrevoa a plateia despenhando-se contra o muro e aí se "incendiando" (impõe, confessamos, algum respeito); há uma produção de palco espantosa, cativante e imaculada, e há também uma noção assumida, por autores e espetadores, da importância do disco e do concerto na história do rock. O que mais surpreende, no meio de um espetáculo que se poderia temer megalómano, é então o ambiente quase familiar e acolhedor do serão, com pais e filhos em harmonia, entoando todas as letras e exultando, atentamente, com o foguetório que ia sendo disparado do palco-muro disposto a toda a largura do Atlântico (a propósito: por uma vez a sala provou ser a melhor escolha para receber o espetáculo, não nos tendo nós apercebido das deficiências de som comuns neste local). Geralmente badalado pela sua conotação política, The Wall é agora, segundo o próprio Roger Waters, citado pelo Atual desta semana, "mais universal que a [produção] original", e à segunda música da noite, "The Thin Ice", surgem imagens do seu pai, Eric Waters, morto na II Guerra Mundial, tal como de civis anónimos (sobretudo do Médio Oriente) desaparecidos nos últimos anos. Na base de tudo, porém, está a viagem quase psicanalítica de Roger Waters, e mesmo no meio de toda a pirotecnia isso transparece. Na frente do palco-muro, trajado de negro (lá atrás esconde-se a banda numerosa e cumpridora), Waters apresenta o seu "bebé", The Wall, com orgulho e "savoir faire", mas também com a fragilidade de quem se debate, perante milhares de estranhos e por vezes até sem a "muleta" do baixo, com fantasmas íntimos. Por um lado uma gigantesca produção, com o muro a erguer-se durante o primeiro acto e a transfigurar-se no segundo, até à derradeira queda, o concerto The Wall é, ao mesmo tempo, a jornada interior de um homem alienado de um certo mundo e abrigado num outro, ora fantasioso ora distópico. Apesar da grande aclamação de "Another Brick In The Wall" (com as 15 crianças de uma associação cultural da Cova da Moura eufóricas em palco, a dançar e interagir com um dos bonecos de Gerard Scarfe), "Mother", "Comfortably Numb" ou "Run Like Hell", é complicado escolher os momentos altos de um espetáculo que flui com muita naturalidade e consegue ser tão impressionante, a nível visual, como tocante pelo seu conteúdo. Por exemplo: durante a inescapável "Another Brick In The Wall Part 2", Waters "estreia" dois solos de guitarra, enquanto um curiosíssimo efeito - uma carruagem de metro, qual interminável centopeia - nos implora a atenção dos olhos, percorrendo, veloz, o palco-muro. Segundos depois, é Jean Charles de Menezes, o brasileiro morto pela polícia londrina em 2005, a ser lembrado no mural dos desaparecidos, numa inesperada homenagem. O "ataque" aos sentidos, e ao coração, culmina na primeira interpelação de Waters ao público, simples e afável, lembrando os "inacreditáveis" 31 anos que se passaram sobre os primeiros concertos The Wall e apresentando a belíssima "Mother", na qual contracenou consigo mesmo, graças às imagens de uma atuação dos Pink Floyd em 1981 derramadas sobre o muro, em jeito de sombra. Foi um momento de grande intimismo - algo difícil de almejar a uma escala tão grande - e também de grande partilha, ampliada quando, à pergunta "Should I trust the government?", e a resposta se pintou garrida no muro: "No fucking way". Escusado será dizer que a multidão, com os nervos políticos em franja, se alvoroçou. Ao longo dos últimos dias, a BLITZ publicou aqui, no seu site, imagens de concertos da mesma digressão, mas é consideravelmente diferente ver ao vivo as pombas da paz a darem lugar aos aviões da guerra, ou sentir na pele o contraste entre a suavidade da música e as imagens agrestes de "Goodbye Blue Sky" (curiosamente, a "chuva" de Estrelas de David, criticada por alguns setores judeus, não pareceu incomodar o público, ao contrário das referências a marcas, prontamente apupadas). Embalados pela narrativa e pela construção do muro que, cada vez maior, torna as projeções ainda mais envolventes, chegamos ao intervalo, para o qual Roger Waters parte, cantando "à janela", "Goodbye Cruel World". 20 minutos mais tarde, o segundo ato, fortemente assente em ilusões de ótica que fazem o público crer no desmoronar do muro, quando os "tijolos" que o compõem se mantêm ainda firmes e hirtos, traz as muito aguardadas "Hey You", "Is There Anybody Out There?" ou "Bring The Boys Back Home", musicalmente épico e visualmente intenso, com fotografias de crianças desfavorecidas a comover a plateia. Invariavelmente atento e pouco dado a participações fora de tempo, o público português deixar-se-ia ainda conduzir por Waters no coro de "Comfortably Numb", maravilhar pelo anunciado porco insuflável e gritar o nome do seu herói ("Waters, Waters, Waters!") antes de este lhes dar permissão para, em "Run Like Hell", se "divertirem". Com jogos de palavras à volta do império iPod ("iRun", "iProfit", "iLose", ia-se lendo nas projeções) este foi um dos últimos "picos de corrente" do espetáculo, que terminou com toda a "equipa" na boca de cena - contámos 12 músicos, Roger Waters incluído - agradecendo a presença e a postura dos portugueses. "Quando escrevi [este disco] as pessoas não o respeitaram da mesma forma", disse Waters na despedida. "Mas nestes anos todos muita coisa mudou e eu não podia estar mais feliz por estar aqui esta noite". Pareceu sincero, emocionado e, à semelhança do concerto que ali terminava, emocionou. Missão mais do que cumprida.

Roger Waters anuncia uma tornée com material novo para 2017

David Gilmour edita  Rattle That Lock a 18 de setembro de 2015
A turnê para promover o disco se iniciou em setembro de 2015, e segundo o instrumentista, foi curta, por conta de sua idade. Essa tour não passou por Portugal.

Oito coisas que só os fãs de Pink Floyd entendem


Pink Floyd exigem uma audiência à altura, que saiba respeitar a arte de Syd Barrett, Roger Waters, David Gilmour, Nick Mason e Richard Wright. Os fãs querem respeito para o legado da banda inglesa fundada em 1965 e fazem de tudo para proteger a aura do grupo.

1) Filme favorito: "O Mágico de Oz"

Todo fã de Pink Floyd guarda um DVD do clássico de 1939, com Judy Garland no papel de Dorothy. Nos anos 90, um rumor ganhou força de que o disco "Dark Side of The Moon" podia ser sincronizado com o filme. As coincidências são tantas que muita gente acredita que a banda criou o álbum como uma trilha sonora alternativa para as aventuras de Dorothy, o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão Covarde.

Dois exemplos: por volta dos 16 minutos, um furacão se aproxima da fazenda de Dorothy ao som de "The Great Gig in The Sky" ("O grande show no céu"); e o disco termina com o som de batidas do coração, ao mesmo tempo em que o Homem de Lata reclama que não possui um coração (e Dorothy coloca a mão no seu peito).

pink floyd (Foto: divulgação)

2) Capas de discos emolduradas

É normal que alguém apaixonado por um artista coloque fotos e capas de discos nas paredes de casa. Mas, quando o assunto é Pink Floyd, o potencial decorativo está um degrau acima. As capas da banda inglesa estão entre as mais icônicas da história do rock, muito pelo trabalho do designer Storm Thorgerson, que estudou na mesma escola que Syd Barrett e Roger Waters, amigo de David Gilmour na adolescência.

O artista inglês assinou 21 álbuns do Pink Floyd (incluindo coletâneas). Algumas, como o prisma de "The Dark Side of the Moon", a vaca the "Atom Heart Mother" e o homem em chamas de "Wish You Were Here", são verdadeiras obras de arte contemporânea.

3) Sofrer vendo o vai e volta da banda favorita

Por quase 10 anos, o Pink Floyd fez turnês sem Roger Waters, que havia deixado a banda em 1985. Sem o baixista e compositor, muitos acreditavam que a banda não poderia existir mais. David Gilmour, porém, seguiu produzindo discos e fazendo shows usando o nome do grupo, e alguns fãs mais fervorosos ficaram confusos com a situação.

Os antigos colegas travaram disputas na justiça. Mas, a partir de 2005, Waters e Gilmour concordaram em participar de shows ocasionais do Pink Floyd.

4) Medo de rodas de violão

É provável que alguém esteja tocando "Wish You Were Here" ou "Another Brick in The Wall" neste momento no violão em alguma parte do mundo. As duas estão entre as favoritas de quem está aprendendo a se virar nas seis cordas. E é por isso que os fãs do Pink Floyd têm calafrios quando enxergam um violão em um churrasco.

Eles não renegam nenhuma das canções, mas o excesso de versões estilo banquinho e um violão roubam um pouco da alma original da banda. O Pink Floyd é uma banda de composições e arranjos complexos, e resumir tudo a um punhado de acordes regados a copos de cerveja tira fãs do sério.

Pink Floyd - The Wall (Foto: divulgação)

6) Desejar cadeiras em shows de rock

Uma cena que você não vai ver por aí: fãs dançando loucamente em shows de David Gilmour e Roger Waters, que seguem tocando músicas do Pink Floyd nas suas turnês. As apresentações deles são espetáculos introspectivos, para apreciar a música e o visual - e não foram feitos para dançar.

A turnê "The Wall", de Waters, vai muito além de um show de rock: é como se fosse um filme projetado ao ar livre em uma imensa tela, com partes encenadas ao vivo. Perfeito para assistir sentado.

7) Planejar férias em Pompeia

A cidade italiana próxima a Nápoles foi enterrada pelas cinzas do Vesúvio no ano ano 79 a.C. As ruínas romanas se tornaram Patrimônio da Humanidade e estão entre os pontos turísticos mais populares da Itália - principalmente para fãs do Pink Floyd. Em 1971, a banda gravou um show no anfiteatro milenar de Pompeia, sem público algum. A apresentação virou cult.

8) Cantarolar solos de guitarra

David Gilmour está entre os melhores guitarristas da história. É um tipo raro de virtuoso: toca com elegância e evita partes rápidas e cheias de floreios. O estilo melódico ajuda os fãs a memorizar seus solos nota por nota. Como ele não costuma improvisar, o público canta os solos junto com a guitarra de Gilmour nos shows.

E ainda os 40 anos da album ANIMALS :

Dark Side of The Moon, e que vendeu 45 milhões de cópias, sendo considerado por muitos o melhor álbum rock de todos os tempos, e em 1975 com o seu nono álbum, Wish You Were Here, uma espécie de homenagem depois do sucesso a Syd Barrett, fundador da banda que fora afastado em 1968 devido a problemas com o LSD e que desde aí se tornara quase que um líder espiritual, era altura de continuar o trabalho desenvolvido de forma a prolongar o sucesso. O décimo álbum dos Pink Floyd não teria um nome tão poético e sublime como os anteriores e o título seria apenas e só uma palavra. Animals, seria assim o nome do álbum lançado a 23 de Janeiro de 1977 sob uma liderança cada vez mais notória por parte do baixista e também vocalista Roger Waters. Após dois trabalhos de sucesso, bastante cooperativos, e músicas onde os solos extraordinários e a voz de David Gilmour bem como as teclas e voz de Richard Wright e a percussão e bateria de Nick Mason eram essenciais, a hegemonia de Roger Waters sob os Pink Floyd era cada vez mais evidente. Isso foi demonstrado não só neste álbum, mas também no álbum seguinte, The Wall, uma ópera rock de dois discos lançada em 1979 que teria um impacto tão grande que valeria um filme baseado no conteúdo do próprio álbum e tours extremamente produtivas e rentáveis.

Animals é inspirado na famosa obra de George Orwell Animal Farm (O triunfo dos porcos) e tal como o álbum anterior, Wish You Were Here, é apenas composto por cinco faixas embora algumas de grande duração: "Pigs on The Wing (Part One)", "Dogs", "Pigs (The Three Different Ones)", "Sheep", "Pigs on The Wing (Part Two)". A obra de George Orwell escrita em 1945, que é uma crítica ao modo como Estaline liderava a União Soviética e ao próprio Estalinismo, retrata uma quinta onde os animais expulsam o ser humano e gerem a sua quinta por si sós, impondo uma série de princípios quase utópicos. Os porcos, animais descritos como os mais inteligentes, lideram a quinta e existe uma alusão de cada personagem/animal a uma identidade real do contexto retratado. O porco que acaba por liderar a quinta, Napoleon, representa Estaline, líder da União Soviética; Snowball, o porco expulso da quinta devido aos seus ideais antagónicos a Napoleon, representa Leon Trotsky, o adversário de Estaline na disputa pela liderança da União Soviética após a morte de Lenine e que após a derrota exilou-se no México; Mr. Jones, o dono da quinta, expulso pelos animais, representa o Czar Nicolau II que abdicou durante a revolução bolchevique em 1917; os cães representam a polícia política da União Soviética; as ovelhas, que repetem tudo aquilo que lhes dizem, representam o povo dominado pela propaganda, e por aí adiante. Acontece que em 1977 a União Soviética, já sem Estaline, ainda existia mas outras transformações e consequências chamavam mais a atenção no mundo ocidental. Na Grã-Bretanha, durante meados dos anos 70, os acontecimentos inspirariam Roger Waters em adaptar este livro à época, à semelhança do que Aldoux Huxley fez com Brave New World tendo publicado 26 anos depois Brave New World Revisited. Só que George Orwell não teve tempo de o fazer pois falecera em 1950 vítima de tuberculose, mas Roger Waters estaria apto para adaptar a obra ao momento actual através de um álbum de rock progressivo bastante cativante e acima de tudo crítico e pertinente. As analogias a cada animal diferenciavam-se mas estes seriam os mesmos, embora relacionados com diferentes elementos e seres humanos na sociedade. O desemprego, o maior foco na industrialização, os contrastes sociais bem como o surgimento de ideais neoliberais que viriam a ter uma enorme influência no mundo durante os anos seguintes, inspiraram Roger Waters na adaptação desta obra ao contexto da época. Outro factor importante que inspirou o músico foi também o aparecimento, devido essencialmente a questões de cariz social, dos movimentos punk que teriam como principal alvo abater o rock até à altura desenvolvido (desde o rock n' roll até ao então rock progressivo) impingindo o Punk Rock que, mais do que um movimento musical, seria um movimento cultural. Daí que o rock, que até à altura se teria desenvolvido a partir das suas raízes originais, tivesse sentido necessidade de se defender em relação a um movimento que parecia ter necessidade de acabar com este. Os Pink Floyd souberam defender-se, e bem, com Animals, que apesar de não ter tido um sucesso tão grande como os álbuns anteriores, teve um impacto notório e um nível de vendas bastante considerável.

Sendo todas as letras do álbum escritas por Roger Waters, embora "Dogs" com a ajuda do companheiro David Gilmour, a ideia logo na primeira canção de meter porcos a voar fez com que o porco se tornasse um símbolo dos próprios Pink Floyd, sendo lançado em muitos dos seus concertos (e em grande parte dos concertos de Roger Waters após a sua saída em 1984) um porco gigante, por norma insuflável, de modo a sobrevoar sobre os espectadores provocando a histeria total. Sendo os porcos o principal animal do livro e a capa do álbum consistir num porco a sobrevoar a Battersea Power Station em Londres, o toque dos Pink Floyd foi importantíssimo para mistificar uma espécie de suínos que nos é bastante familiar: o porco. A primeira e última faixas do álbum, "Pigs On The Wing", são canções em forma de balada dedicadas a Carolyn, mulher de Roger Waters na altura. A ideia de colocar os porcos a voar (que é romântica por si só) surge associada à expressão popular que remete para uma hipótese improvável: "Isso só quando as galinhas tiverem dentes e os porcos tiverem asas", o que torna esta noção, no que toca aos porcos, bem verdadeira.

Segue-se então "Dogs", segunda faixa com uns esplendorosos 17 minutos em que o ritmo de balada se mistura instantaneamente com o rock progressivo. A música é inspirada no cão enquanto animal e no modo como determinada classe de seres humanos se poderia associar aos cães, à semelhança da metáfora de George Orwell no seu livro. Porém, os cães de George Orwell não serão iguais aos cães de Roger Waters, pelo menos na analogia. Estes cães assemelhavam-se a homens de negócios obcecados pelo dinheiro, que eram vistos como sabujos e que ganhavam terreno na sociedade dos anos 70. Isto é notório logo no primeiro verso da canção: "You got to be crazy, gotta have a real need", e em outros tantos ao longo da música, como: "And when you lose control you'll reap the harvest you have sown". Sendo o Homem comparado ao cão, animal condicionado pelo próprio ser humano, significa que este se deixa condicionar por si só, arrastado por algo mais forte como a música evidencia: "Dragged down by the stone". Existem fortes frases dentro da música que envolve uma sinfonia progressiva deslumbrante onde todos os instrumentos são facilmente identificados.

Se são os porcos que começam e acabam o álbum, estes têm que também estar presentes no meio. Daí que a terceira faixa seja "Pigs (The Three Different Ones)", onde uma série de grunhidos acompanham a música e cuja letra se inicia logo com uma frase que remete para o final de Animal Farm, onde o porco e o ser humano são impossíveis de se distinguirem um do outro: "Big man, pig man/ Ha ha charade you are". Não remetida para aqueles que dominavam a União Soviética, mas sim para outro tipo de políticos que surgiram no mundo ocidental entretanto. A música faz alusão a Mary Whitehouse, uma política conservadora dos anos 70 na Grã-Bretanha especialista na propaganda cristã e acusada de vários actos de manipulação e censura políticas e também à própria Casa Branca dos Estados Unidos, nomeadamente ao presidente Gerald Ford (embora Roger Waters tenha desmentido tal analogia com este último numa entrevista anos mais tarde). A música contém versos com críticas muito descaradas à política inglesa e que podem ter diferentes interpretações: "Hey you, White House/ Ha, ha, charade you are (...) "Mary you're nearly a treat/ Mary you're nearly a treat/ But you're really a cry", pois, tal como na obra de Orwell, os porcos são análogos à classe política. As novas políticas e os métodos de propaganda assentariam que nem uma luva em Animal Farm, muitos seriam aqueles que facilmente entrariam no sistema de maneira quase cega com escassa informação, tal como outro animal também presente na obra.

Como tal surgem as ovelhas, "Sheep", seres que na fábula de Orwell repetem o que lhes é dito constantemente, nomeadamente, e de uma maneira simplificada, que o ser humano é um animal a evitar e que tudo o que não tenha duas pernas é confiável "Four legs good, two legs bad". Em Animals representam aqueles que seguem cegamente um líder, dominados pela propaganda repetitiva que viria a prevalecer no final dos anos 70. O balir das ovelhas acompanha esta canção que se assemelha a um rebanho a andar a grande velocidade devido ao ritmo da música. O rebanho, que muitas vezes é associado figurativamente a uma religião onde os fiéis são as ovelhas que seguem aquele que é o seu pastor, a principal figura da sua religião (embora esta analogia esteja mais relacionada com o Cristianismo), está presente também no meio da música com a citação bíblica do "Salmo 23" enunciada por meio de uma voz transfigurada (nos concertos essa voz é feita pelo baterista Nick Mason) e com algumas alterações satíricas. Tal como "Pigs (The Three Different Ones)", a canção ultrapassa os 10 minutos de duração, em que a qualidade se consegue sobrepor à quantidade.

Hoje, 40 anos depois de Animals dos Pink Floyd e mais de 70 de Animal Farm de George Orwell, a quinta mantém-se com os mesmos animais mas com diferentes seres humanos a representá-la. Embora a obra tenha tido uma crítica dirigida a uma política específica, a analogia pode ser feita a outras políticas e políticos. Os cães podem ser outros mas continuam à caça, as ovelhas podem ser outras mas continuam a seguir sem pensar aquilo que os slogans e os media dizem, e os porcos podem ser outros... mas continuam a triunfar. Tal animal simpático e até ilustre na nossa gastronomia pelos melhores motivos, não merecia esta cruel comparação. Ainda assim seria bom terminar uma crónica sobre este álbum que hoje celebra 40 anos com uma das últimas performances de "Pigs (The Three Different Ones)". Durante Setembro e Outubro de 2016, Roger Waters actuou no México onde fez questão de dedicar a canção àquela que é a figura política do momento, com imagens a acompanham a música e frases que surgem durante o solo final, terminando com uma evidente conclusão.


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